sábado, 23 de abril de 2016

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Tudo parou.
Também os pássaros se calaram.
Ouço a voz do silêncio...
O  lento encanto do Eterno...
Ele está aqui!  Veio abençoar a criação...

Sinto o meu silêncio ,o nada,  estado de ser da criação, sob os olhos do criador...

Já não sou eu...
Sou a montanha quieta,
o sem-vento,

a árvore a tombar reverente à tempestade.

A atitude de espera,  num recolhimento unificado.

Instantes de hora marcada para firmar o universo.
Amanhã, não posso adivinhar.
Depende do espetáculo cósmico...
Impermanência!
Não posso viver hoje, o amanhã.
Cada dia com o seu agora...
Quero serenar e viver o movimento dos compassos, na  sincronicidade do sem-tempo...
Quero ouvir os pássaros também ao não se calarem...

Quero tocar a flauta de Krishna e encantar os corações!

Quero rolar na corredeira do rio em minhas veias e artérias, 
como numa brincadeira...
Quero abraçar a onda do mar ao se arremessar sobre as rochas.

E curvar-me diante do verbo,
OM!



Caio Alvarenga   (24042008)

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