Interface
Tudo
parou.
Também
os pássaros se calaram.
Ouço
a voz do silêncio...
O lento encanto do Eterno...
Ele
está aqui! Veio abençoar a criação...
Sinto
o meu silêncio ,o nada, estado de ser da
criação, sob os olhos do criador...
Já
não sou eu...
Sou
a montanha quieta,
o
sem-vento,
a
árvore a tombar reverente à tempestade.
A atitude de espera, num recolhimento unificado.
Instantes
de hora marcada para firmar o universo.
Amanhã,
não posso adivinhar.
Depende
do espetáculo cósmico...
Impermanência!
Não
posso viver hoje, o amanhã.
Cada
dia com o seu agora...
Quero
serenar e viver o movimento dos compassos, na sincronicidade do sem-tempo...
Quero
ouvir os pássaros também ao não se calarem...
Quero
tocar a flauta de Krishna e encantar os corações!
Quero
rolar na corredeira do rio em minhas veias e artérias,
como numa brincadeira...
Quero abraçar
a onda do mar ao se arremessar sobre as rochas.
E curvar-me
diante do verbo,
OM!
Caio Alvarenga (24042008)